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13/01/2024 às 19:33
HeySmack




YASUO, O IMPERDOÁVEL



Olá, Sou o HeySmack e irei dar continuidade a saga, onde conto as histórias dos personagens dos jogos da galera! Caso queira sugerir algum personagem, basta deixar nos comentarias que irei trazer a história dele!



Hoje irei falar do Yasuo, um personagem do jogo League Of Legends!







BIOGRAFIA DO CAMPEÃO:



Quando criança, Yasuo sempre acreditou no que os outros no seu vilarejo diziam sobre ele: no melhor dos casos, sua existência era um erro de juízo; no pior, ele era um erro que jamais seria desfeito.



Como na maioria das afirmações dolorosas, havia certa verdade nelas. Sua mãe era uma viúva que já criava um filho sozinha quando o homem que viria a ser o pai de Yasuo soprou em sua vida como uma brisa outonal... E, assim como aquela estação solitária, ele foi embora antes mesmo que o cobertor do inverno ioniano caísse sobre a pequena família.



O meio-irmão mais velho de Yasuo, Yone, era tudo o que o caçula não era: respeitoso, cuidadoso, responsável... mesmo assim, os dois eram inseparáveis. Quando as outras crianças provocavam Yasuo, Yone estava sempre lá para defendê-lo. Porém, o que Yasuo não tinha de paciência, compensava em determinação. Quando Yone iniciou seus estudos na renomada escola de espadachins do vilarejo, o jovem Yasuo o seguiu e esperou na frente da escola, sob a chuva das monções, até que os professores cederam e abriram os portões.



Para desespero de seus novos colegas, Yasuo demonstrou um talento natural e, em pouco tempo, tornou-se o único estudante em muitas gerações a chamar a atenção do Ancião Souma, o último mestre da lendária técnica do vento. O ancião percebeu o potencial de Yasuo, mas o impulsivo pupilo recusou sua tutela, permanecendo tão indomado quanto uma ventania. Yone insistiu que o irmão deixasse de lado sua arrogância e deu a ele uma semente de bordo, a maior lição da escola em humildade. Na manhã seguinte, Yasuo aceitou a posição de aprendiz e guarda-costas pessoal de Souma.



Quando as notícias da invasão noxiana chegaram à escola, alguns se inspiraram na grande batalha que havia ocorrido no Placídio de Navori, e logo todas as pessoas capazes de pegar em armas deixaram o vilarejo. Yasuo também queria se juntar à causa e enfrentar o inimigo com sua espada, mas, enquanto seu irmão e colegas de classe saíram para lutar, ele foi obrigado a ficar para trás e proteger os mais velhos.



A invasão virou uma guerra. E, no fim, em uma fatídica noite de chuva, o som dos tambores da marcha noxiana chegou ao vale do outro lado. Yasuo abandonou seu posto, acreditando inocentemente que ele poderia virar o jogo.



Mas, quando chegou, ele não viu batalha nenhuma, apenas uma cova aberta com centenas de cadáveres noxianos e ionianos. Algo terrível e não natural havia acontecido ali, algo que espada alguma poderia ter impedido. A própria terra parecia ter sido maculada.



Assustado, Yasuo voltou à escola no dia seguinte, ao que foi cercado pelo resto dos alunos com espadas em punho. O Ancião Souma estava morto e Yasuo não só foi acusado de negligência, como também de assassinato. Ele percebeu que o verdadeiro assassino jamais seria punido se ele não agisse rápido e lutou contra os outros alunos para sair do cerco, mesmo sabendo que aquilo só confirmaria sua culpa aos olhos deles.



Agora fugitivo na Ionia devastada pela guerra, Yasuo começou a buscar qualquer pista que o levasse ao assassino. No entanto, ele continuava sendo perseguido e caçado por seus antigos colegas e se viu obrigado a lutar ou morrer. Esse era um preço que ele estava disposto a pagar, até que um dia ele foi encontrado por aquele que mais temia: seu irmão, Yone.



Em nome da honra, eles se estudaram. Quando suas espadas finalmente se tocaram, a magia do vento de Yasuo superou as lâminas de seu irmão e, com um único golpe de aço, o abateu.







Yasuo implorou por perdão, mas Yone, já moribundo, falou sobre as técnicas de vento responsáveis pela morte do Ancião Souma, e que seu irmão era o único que as conhecia. Depois ele se calou para sempre, partindo sem nunca conceder perdão ao irmão.



Sem mestre nem irmão, Yasuo vagueou pelas montanhas, ainda chocado, afogando a dor da guerra e da perda na bebida, como uma espada sem bainha. No meio da neve, ele encontrou Taliyah, uma jovem litomante shurimane que tinha fugido do exército noxiano. Yasuo viu nela uma aluna improvável e, em si mesmo, um professor ainda mais inusitado. Ele repassou a Taliyah os segredos da magia elemental, como o vento que molda pedras, e também as lições do Ancião Souma.



Após ouvirem boatos sobre a ascensão de um deus-imperador shurimane, seus mundos mudaram. Yasuo se separou de Taliyah, mas não sem dar a ela a sagrada semente de bordo, que já havia lhe ensinado sua lição. Ela voltou para o deserto e Yasuo voltou para o seu vilarejo, determinado a reparar seus erros.



Dentro das paredes de pedra do salão do conselho, revelou-se que a morte do Ancião Souma tinha sido um acidente causado pela exilada noxiana conhecida como Riven, e pelo qual ela sentia um profundo remorso. Mesmo assim, Yasuo não conseguiu se redimir pela decisão de abandonar seu mestre e, pior ainda, pela forma como essa decisão havia culminado na morte de Yone.



Depois de algum tempo, Yasuo viajou para o festival do Florescer Espiritual em Weh’le, mesmo com pouca esperança de que os rituais de cura aliviassem seu coração. Lá, encontrou uma criatura demoníaca que queria devorá-lo, um azakana que se alimentava de dor e arrependimento.



No entanto, um intruso mascarado interveio e atacou a criatura furiosamente. Naquele momento, Yasuo percebeu que aquele homem era Yone.



Esperando que seu irmão se vingasse, Yasuo ficou surpreso quando Yone se despediu dele com uma breve e amarga bênção.



Sem mais nenhuma ligação com as Primeiras Terras, Yasuo embarcou em uma nova aventura. Embora não saiba para onde será levado, o sentimento de culpa é a única coisa que prende o vento que ele carrega.







HISTÓRIA DE YASUO:



O choro vinha de um garoto. Seis, talvez sete verões.



Ele estava sentado de pernas cruzadas e de costas para mim, diante de uma grande árvore. O choro transformou-se em fungadas e soluços pesarosos. Paro no ponto onde a trilha de árvores cessa e olho para as sombras que elas projetavam sobre a estrada. O sol do meio-dia é impiedoso, e os forte raios incidem sobre a cabeça do garoto. Ele não parece ferido. A clareira estava limpa, desprotegida.



Você não é necessário. Siga seu caminho.



A voz reverbera claramente em minha cabeça, embora eu não a tenha ouvido tão intensamente por bastante tempo. Eu me viro com o som de um terrível suspiro, acompanhado de novos soluços.



Quando estou a três espadas de distância, piso em um galho seco que anuncia minha chegada. Ao ouvir o som, o garoto começa a falar.



"Teo, sinto muito, eu não queria..." – os ágeis pedidos de desculpas do garoto são afogados pelas mangas de sua roupa, com as quais ele esfrega o próprio rosto. Ao me ver, o garoto fica atônito.



Recua tão rapidamente que suas costas encontram a árvore.



"Emai pagou à Irmandade", balbucia o coitado. "Eu não estava brincando na estrada."



Ao mencionar o grupo, minha mão desliza para a espada. O garoto me observa. O choro é substituído por uma série de arquejos vazios. Mas é claro. Ele pensa que sou algum bandido Navori que veio tomar algo dele.



Pensa que sou um criminoso.



Solto a empunhadura, tentando parecer mais amigável. "Não, não sou da Irmandade", digo a ele. "Só ouvi alguém enquanto eu passava pela estrada, parecia precisar de ajuda."



O garoto seca as bochechas molhadas com as mangas da roupa, tentando parecer íntegro diante de um estranho.



"Sabe quem poderia ser?", perguntei a ele.



Lentamente, o garoto nega com a cabeça, mas a verdade logo vem à tona.



"Era eu", admite, com uma voz envergonhada. "Eu... eu só queria brincar com ela." Ele aponta para cima. Entre os galhos mais altos da árvore, encontrava-se uma velha pipa de festival. A cauda de seda agitava-se sob a leve brisa. "É do Teo."



Os olhos do garoto começam a se encher de lágrimas novamente. Ele me mostra as palmas das mãos, cobertas de seiva e escurecidas pela poeira do tronco.



"Eu tentei subir na árvore, mas ela é alta demais. O Teo vai ficar furioso comigo. Ele me disse que não era pra pegar."



Ficamos em silêncio por um momento. "Meu irmão sempre fala a mesma coisa", murmurei.



Há uma pequena pilha de terra rompida diante do garoto. Ajoelhei-me para remover a camada de cima, revelando um novo broto de árvore.



"Meu emai é um tecelão de madeira. Estou aprendendo. Daí, pensei que...", diz o garoto enquanto abaixa a cabeça, envergonhado pela ideia que teve. Tecer madeira, mesmo que de um broto, tomaria muito mais do que uma tarde.



Um sorriso estampava meu rosto naquele momento. "Um esforço muito admirável."



Os olhos do garoto observavam lentamente os desenhos de minha ombreira.



"Esses traços não são da nossa vila", afirma ele em tom de alerta. "... nem da vila do próximo vale."



"Estou a caminho de Weh’le", respondi. "Tenho avançado num ritmo bom pela estrada noxiana, embora as pedras incomodem um pouco os pés." Tentei sorrir, mas só de pensar que Noxus pudesse nos dar qualquer coisa de valor, sabia que o faria com pesar.



"Você pode me ajudar?", perguntou o garoto.



Olhei para a pipa que estava presa delicadamente entre os galhos mais altos. "Não escalo uma árvore há eras, garoto."



"É Joab. Meu nome é Joab."



Estendi minha mão, mas meu nome hesitava em sair da minha boca. Faz muito tempo que não falo meu nome sem sentir vergonha.







Vamos lá, já te chamaram de coisas piores.



"Sou Yasuo", respondi enquanto puxava o garoto do chão.



Saio debaixo da sombra da árvore e volto para a clareira banhada pelo sol para ter uma visão melhor. O dia está calmo e bastante quente. Fecho os olhos para sentir as pequenas correntes de ar que dançam pela campina. Uma leve brisa surge, balançando os cabelos que caem sobre meu rosto.



"Queria poder soprá-la até o campo aberto, isso sim. Tecer madeira não adianta de nada", resmungou Joab, triste tanto pela pipa quanto por seu brotinho. "Havia um senhor que podia mover o vento, mas ele morreu. O aprendiz dele também conseguia, mas o emai disse que ele é perigoso e foi quem matou o próprio senhor..."



Seguro a bainha da minha espada. Quando a removo, concentro-me na magia. Ventos circulares agitam-se ao redor da lâmina, em espirais cada vez mais rentes. Folhas secas e poeira dançam com ela até que moldo um redemoinho à minha vontade e o lanço num rápido movimento.



A força invisível acerta precisamente a árvore, que chacoalha com o impacto. Os galhos se movem como se um espírito oculto os estivesse possuindo e, por fim, atingem a pipa. A seda colorida ergue-se gentilmente com o vento que sopra por debaixo dela e se dissipa pelo céu. Lentamente, a pipa vem em minha direção e pousa sobre minha mão estendida.



Joab estava perplexo, mas se recompôs rapidamente. O medo estampava seu rosto outra vez.



"É você?", perguntou ele. "O aprendiz daquele senhor?"



Todos em Ionia sabem quem você é.



Joab olha para a estrada da floresta, pensando que talvez alguém estivesse me perseguindo. "Você fugiu?", ele sussurrou, mas balancei a cabeça. "Então deixaram você ir embora? Quero dizer, você foi perdoado?"



"Não posso ser perdoado por um crime que nunca cometi." É só um detalhe, mas eu disse antes que a voz em minha cabeça pudesse dizer.







Mas você matou os outros...



Respirei profunda e lentamente, concentrando-me na brisa fresca em minhas costas e na pipa em minha mão para me afastar das lembranças. Se tinha algum comentário, Joab guardou para si em um primeiro instante.



Quando abriu a boca para fazer outra pergunta, um brilho de metal emergiu da floresta e reluziu ao sol.



Ergo instintivamente minha lâmina e me deparo com uma versão mais velha do rosto de Joab, empunhando uma pequena ferramenta de cultivo amarrada a uma longa corda. Abaixo rapidamente minha arma, mas é tarde demais: o medo e a desconfiança inundam a clareira.



Rápido demais para reagir e lento demais para cessar.



Nunca é o suficiente para ele. Essa é a minha vida inteira resumida.



O irmão de Joab nos observa. Porém, não sai da segurança da floresta.



"Joab!", chama ele. Joab corre na direção dele, mas trava ao ver a ferramenta e a corda. Acalmo o vento para tentar escutar melhor.



"Para o que vai usar isso, Teo?", perguntou Joab, enfurecendo-se ao perceber a razão. "Você sabia que eu pegaria a pipa, não é?"



Balanço a cabeça, em negação. É claro que sabia.



Os irmãos mais velhos sempre sabem o que os mais novos farão.



"Claro que sim, você sempre faz exatamente o oposto do que eu digo, Joab", resmungou o irmão mais velho, olhando para mim. "Quem é esse?"



Joab olha para trás e sussurra no ouvido de seu irmão. Os olhos de Teo arregalam-se por um instante e depois contraem-se em desconfiança.



"Emai disse que é hora de comer", exclamou Teo enquanto se virava para partir. Joab puxa o garoto pelo braço, tentando fazê-lo ir mais devagar. Ele sussurra novamente no ouvido do irmão.



Tento fazer com que o vento não traga as próximas palavras, mas era tarde demais.



"Não, ele não pode vir conosco", responde Teo. "Ele é xiiri."



Xiiri.



A palavra fica entalada em minha garganta por um tempo. Xiiri é algo indesejado. Uma desgraça trazida por forasteiros ou pela ganância. Uma pequena praga que acompanha os irmãos mais velhos...



O sol está forte e aquece a lâmina que está ao meu lado. É uma palavra que escutei a vida toda.



Você não é necessário. Siga seu caminho.



Preparo-me para algo certamente desagradável e me aproximo dos irmãos.



"Escute seu irmão, garoto", afirmo, entregando as preciosas fitas de seda para Joab. "Os irmãos sabem o que é melhor para nós."



Antes que qualquer um dos dois pudesse dizer algo, eu me afasto e retorno para a estrada.



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